Olhos do Mar

Carta aberta para Fernando de Noronha

Noronha, eu não sabia o quanto precisava voltar até sentir novamente o seu vento no rosto e os pés tocando a sua areia.

Depois de tantos anos, a vida me trouxe um presente inesperado – uma chance de te rever.

E, mais do que isso, a prova de que existem pessoas que nos amam tanto a ponto de nos surpreender de formas que jamais imaginaríamos.

Voltar foi como abrir uma gaveta de memórias que estavam guardadas, mas nunca esquecidas.

Os sons das ondas quebrando, o cheiro do mar misturado à brisa salgada, os sorrisos dos amigos que me receberam de braços abertos…

Em cada detalhe, reencontrei uma parte de mim que ficou aí. Uma Adriana de outros tempos, que a correria da vida quase me fez esquecer.

Noronha tem esse dom. Nos ensina a desacelerar, a sentir, a sonhar de novo. Nos convida a olhar para dentro e nos reconectar com quem realmente somos. A me permitir viver o presente sem pressa, agradecer sem motivo aparente, simplesmente pelo privilégio de estar ali, inteira.

Sinto, mais uma vez, a certeza de que Noronha não é apenas um lugar. É um sentimento, um abraço invisível, um lembrete de que a vida pode – e deve – ser vivida com mais leveza.

Obrigada, Noronha, por sempre me receber como se nunca tivesse partido.

Com carinho, Adriana.

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